Estrela de Belém: saiba o que a ciência astronômica explica!
- Adriano Leonês
- 27 de dez. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 2 de jan. de 2022
Adriano Leonês - 27.12.2021

As literaturas sobre esse tema são vastas tanto na comunidade científica astronômica como para os entusiastas da astrologia. O que é comum para todas elas é que o fenômeno da Estrela de Belém está relacionado a três fatores: a aparição de um cometa, ao colapso de uma estrela (Supernova) e a conjunção de corpos celestes. Outro fato que é comum para os três se refere a suposta data do nascimento de Cristo.

Na imagem a esquerda vemos o céu em dezembro do ano 1 d.C. Esta imagem mostra o céu comum a qualquer mês de dezembro em qualquer ano. O cinturão de Órion (as três marias) é uma referência para indicar a direção Leste e por séculos os filósofos e cientistas sabem disso. Os magos eram conhecedores do céu noturno e precisavam de muito mais do que apenas saber a direção Leste para encontrar o Messias. Seguindo efemérides e recalculando quando os fenômenos aconteceriam, chega-se a conclusão de que eles não batem com a provável data do nascimento de Jesus, embora o mais aceito, dado quando os fenômenos ocorrem, é que tenha sido no ano 6 d.C.
Dos fenômenos citados, o mais imprevisível são as novas ou supernovas. Eles ocorrem quando uma estrela vermelha está em seu estado crítico de produção de energia e então ela colapsa, gerando uma grande explosão. Para nós, que estamos na Terra, percebe-se um grande e intenso brilho do céu, que a depender da intensidade da explosão pode brilhar até mesmo durante o dia, tal como a Supernova que gerou a

Nebulosa do Caranguejo (figura a direita) no ano de 1054 d.C. Esse certamente é um fenômeno que chamaria a atenção dos reis magos. No entanto, por se tratar de um evento bem aleatório, é difícil dizer que naquele período houve um evento de tal magnitude e não existem relatos sobre no fenômeno ter ocorrido exatamente no mesmo período do nascimento de Cristo.
Cometas são corpos celestes compostos por rocha e gelo. Ao se aproximar do Sol o gelo derrete e forma a cauda fazendo dele um objeto bonito de ver no céu. Eles tem um período bem longo de órbita, fazendo com que o seu cálculo de periodicidade seja feito por gerações até ser possível torná-los previsíveis. Ainda assim, os cometas aparecem aleatoriamente e sem registro conhecido mesmo nos dias atuais.

Naquele tempo um cometa (figura a esquerda) pode ter aparecido na direção em que o menino Jesus nasceu e guiou os reis magos até lá, mas isso é puramente especulação.
Conjunção planetária, dos três fatores, é o que provavelmente tenham mais relevância para explicar a origem do mito. Estranho a princípio pois planeta é diferente de estrela e isso era
conhecido desde antes do nascimento de Jesus. Naquele período, mais de uma conjunção pôde ser observada, sendo que as mais relevantes são da proximidade de Júpiter com Vênus (mais brilhantes no céu) e de Júpiter com Saturno. Esse último ocorre de 20 em 20 anos na máxima proximidade aparente no céu. Tivemos essa máxima aproximação em 21 de dezembro de 2020. A última vez que ocorreu assim tão próximo foi na idade média. No séc. I d.C esse fenômeno ocorreu e certamente chamou a atenção dos reis magos e chegou para nós como o conto da Estrela de Belém citado no evangelho de Mateus. Kepler calculou um agrupamento de planetas semelhantes em 7-6 a.C. Eles teriam iluminado um astro celestial brilhante parecido: a estrela que atraiu os magos para a Palestina.

Esse agrupamento planetário (como o da imagem a esquerda com a Lua, Vênus e Júpiter) - com ou sem a estrela extravagantemente brilhante a que Kepler se referiu - deve ter produzido fortes vibrações astrológicas. Deus Pai (Saturno) fez três aproximações diferentes do rei dos Planetas (Júpiter) no signo astrológico dos Judeus (Peixes).
Os presságios estavam escritos no céu; o Messias nasceria na Palestina.
Para os historiadores, talvez tenha sido a maneira que o apóstolo encontrou para narrar o nascimento de cristo, relacionando a vinda dos reis magos com um acontecimento celeste.
Essa relação é uma de muitas que ocorrem dentro do contexto astrológico. Seja como for, esses são os fatos que descrevem o que é a Estrela de Belém, sem uma causa ou fenômeno específico. Para saber mais sobre e muitas histórias recomendo a leitura do Livro de Ouro do Universo, do astrônomo brasileiro Ronaldo Mourão. Bons céus e até breve!

Comentarios